Quem Somos?
Quem Somos?
Fundada em 1968, a Igreja da Comunidade Metropolitana (ICM) tem estado na vanguarda dos movimentos de direitos civis e humanos, abordando temas como raça, género, orientação sexual, justiça económica, alterações climáticas, envelhecimento e direitos humanos globais.
Reconhecendo a urgência de promover a justiça social e os direitos humanos em todo o mundo, a ICM atua como um movimento de fé que constrói pontes, liberta e une vozes em defesa de um chamado sagrado. Liderada a partir das margens, a ICM promove transformação e inclusão. Movida por uma vocação contínua e por um propósito profético, é um movimento global de pessoas diversas, espiritual e sexualmente, plenamente conscientes do amor eterno de Deus.
Nos anos 1960, numa época marcada pelos movimentos pelos direitos civis, igualdade racial e emancipação das minorias, surgiu um novo movimento focado nos direitos da comunidade LGBTQIA+. No centro desta mudança estava o Reverendo Troy Perry, cuja visão, coragem e fé transformaram a vida de milhares de pessoas globalmente. Esta é a história da fundação da Igreja da Comunidade Metropolitana (ICM) e do homem que a inspirou.
Troy Perry nasceu em 1940, numa época em que ser gay nos Estados Unidos era não só um tabu, mas também motivo de perseguição e exclusão social. Desde jovem sentiu um chamado para o ministério, mas enfrentou o desafio de conciliar a sua fé com a sua orientação sexual.
Aos 13 anos perdeu o pai e começou a pregar em igrejas batistas e pentecostais.
Aos 15 anos formou-se ministro batista e, nessa altura, descobriu ser gay. Três anos depois revelou o seu segredo a um pastor pentecostal, que tentou forçá-lo a casar-se com uma mulher.
Em 1962, aceitou a sua orientação sexual, mas acabou expulso da igreja. Nesse período, separou-se da esposa e, depois de uma denúncia feita pelos familiares dela, foi chamado às forças armadas para cumprir dois anos de serviço militar.
A experiência de Perry no hospital marcou um momento decisivo na sua recuperação, oferecendo-lhe conforto imediato, reacendendo a sua fé e definindo o rumo da sua vida. Com nova esperança e propósito, dedicou-se a criar um espaço inclusivo e acolhedor. Para isso, colocou um anúncio na revista The Advocate, dirigida à comunidade LGBTQ+. Nesse anúncio, convidava todas as pessoas que se sentissem excluídas das suas igrejas a juntarem-se a ele para um momento de oração na sua casa.
Este passo foi fundamental para atrair quem procurava um local onde pudesse expressar a sua espiritualidade sem medo de discriminação. A 6 de outubro de 1968, 12 pessoas responderam ao convite e reuniram-se na casa de Perry, em Huntington Park, Califórnia. A maioria eram pessoas LGBTQ+ e outras marginalizadas, rejeitadas nas suas comunidades de origem. Durante este primeiro encontro, Perry partilhou a sua história de luta e renovação espiritual, apresentando a visão de uma igreja aberta a todos, independentemente da orientação sexual ou passado. Transmitiu uma mensagem de autenticidade e fé em Deus, criando um ambiente de profunda ligação espiritual entre os presentes.
O início da Igreja da Comunidade Metropolitana (ICM) enfrentou diversas dificuldades e adversidades. Embora o primeiro encontro na casa de Troy Perry tenha sido um momento de esperança para pessoas marginalizadas, os desafios que se seguiram testaram a resiliência da comunidade nascente. Após a fundação, a ICM tornou-se rapidamente um símbolo de inclusão para a comunidade LGBTQ+, atraindo tanto quem procurava um espaço espiritual acolhedor como a atenção de opositores. A mensagem de amor e aceitação da ICM, associada à sua crescente visibilidade, gerou reações hostis de setores conservadores da sociedade.
Um dos episódios mais marcantes dessa perseguição foram os incêndios criminosos que atingiram a igreja nos primeiros anos. Estes ataques pretendiam intimidar e silenciar a congregação, que já sofria preconceito e ostracismo social. No entanto, em vez de ceder ao medo, a comunidade fortaleceu-se na adversidade. Cada ataque reforçou os laços entre os membros e o compromisso de Perry com a sua missão. Estes incidentes atraíram a atenção pública, e as notícias sobre os incêndios e intimidações paradoxalmente aumentaram a visibilidade da ICM. A igreja tornou-se um símbolo de resistência e coragem, conquistando o apoio de aliados e ampliando a sua influência para além da comunidade LGBTQ+.
O nome de Troy Perry e da ICM começou a ser reconhecido não só na Califórnia, mas também noutros estados e países. A adversidade enfrentada nos primeiros anos foi crucial para consolidar a ICM como uma instituição que não só sobreviveu, como floresceu perante a perseguição. Os ataques não impediram o crescimento da igreja, antes ajudaram a solidificar a sua identidade como refúgio para quem enfrentava rejeição e discriminação. A mensagem de inclusão, presente desde o início, encontrou ressonância numa sociedade que começava a abrir-se a discussões sobre direitos civis e igualdade para a comunidade LGBTQ+. Assim, as dificuldades iniciais, incluindo os incêndios criminosos, foram momentos definidores para a ICM, contribuindo para a sua expansão e para a construção de uma comunidade que permanece um farol de esperança e aceitação.
A Igreja da Comunidade Metropolitana (ICM), sob a liderança do Reverendo Troy Perry, teve um papel central na organização da primeira Parada do Orgulho LGBTQ+ em 1970. Perry, juntamente com ativistas como Morris Kight e Bob Humphries, foi um dos principais organizadores do evento, que assinalou o primeiro aniversário dos protestos de Stonewall. Esta iniciativa surgiu como resposta à violência e discriminação enfrentadas pela comunidade LGBTQIAP+ e tornou-se um marco na luta pela visibilidade e direitos civis.
A participação da ICM na Parada do Orgulho foi mais do que simbólica; representou uma afirmação poderosa da coexistência plena entre espiritualidade e identidade LGBTQIAP+. A igreja ofereceu um espaço seguro para aqueles marginalizados pela sociedade e pelas instituições religiosas tradicionais. A visibilidade pública da ICM durante o evento foi fundamental para desafiar estigmas e promover uma mensagem de igualdade e dignidade para todas as pessoas.
Para além da organização da Parada do Orgulho, a ICM, liderada por Perry, esteve na linha da frente na defesa dos direitos humanos, promovendo campanhas contra leis discriminatórias e apoiando causas como o casamento igualitário. Envolveu-se também em iniciativas mais amplas de justiça social, defendendo os direitos de minorias e promovendo a paz e a igualdade.
A ICM abraçou igualmente a luta feminista, promovendo a igualdade de género dentro e fora da igreja, e reconhecendo o papel fundamental das mulheres na liderança e no ativismo. Durante a crise do VIH/SIDA, foi uma das primeiras instituições religiosas a apoiar pessoas afetadas, oferecendo assistência pastoral, apoio emocional e advocacia para o acesso a cuidados médicos.
Ao longo dos anos, a ICM adaptou-se e cresceu, enfrentando novos desafios e alargando o seu âmbito de atuação. Tem respondido a questões contemporâneas como a interseccionalidade na defesa dos direitos humanos e a importância do diálogo inter-religioso. Hoje, continua a ser uma voz ativa na defesa dos direitos LGBTQIAP+ e na promoção da justiça social, trabalhando em parceria com outras comunidades religiosas e organizações para construir pontes e fomentar a compreensão mútua. A dedicação contínua da ICM aos direitos humanos e ao diálogo inter-religioso reforça o seu compromisso com um mundo mais justo, inclusivo e solidário.
A Igreja da Comunidade Metropolitana é impelida por uma vocação inacabada e um destino profético. Somos um movimento global de pessoas espiritualmente e sexualmente diversas que estão totalmente despertas para o amor duradouro de Deus. Seguindo o exemplo de Jesus e, capacitados pelo Espírito, buscamos construir comunidades de igreja de ponta que exigem, proclamam e fazem justiça ao mundo.
Seja ICM: “nos transformando enquanto transformamos o mundo.”
A Igreja da Comunidade Metropolitana proclama e pratica uma espiritualidade que está ancorada no Evangelho libertador de Jesus Cristo e confronta as questões de nosso mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo. Somos chamados a desenvolver e equipar líderes, congregações e ministérios que promovam o crescimento espiritual, façam o trabalho da justiça, ajam com compaixão e integrem sexualidade e espiritualidade. Faremos isso oferecendo treinamento de alto valor, apoio e recursos para a igreja local, exploração teológica de ponta e expansão de parcerias.